Em Abril de 2019 saí do Rio de Janeiro e fui passar apenas 9 dias na África do Sul. Mas e aí, o que dá pra fazer nesse tempo?
Antes de tudo, aqui vai algumas informações importantes:
Companhia Aérea: TAAG – Angola
Visto Turismo: Não é necessário para brasileiros
Vacinas: É necessário o Certificado Internacional de Vacinação Contra Febre Amarela
Moeda: Rands (menos valorizada que o Real)
Nomenclaturas:
Game Drive = Saídas de carro em procura dos animais
Big 5 = Os 5 mamíferos mais difíceis de serem encontrados na Savana Africana, são eles: Búfalo Africano (Macho), Elefante Africano (Macho), Leopardo (Macho), Leão (Macho) e Rinoceronte.
DIA 1 – Johannesburg
Cheguei tarde em Johannesburg e só tive tempo de passar no mercado e ir para o hotel dormir e preparar tudo para o dia seguinte.
DIA 2 – Safari no Kruger National Park
Há 3 opções para quem quer chegar no Parque Nacional mais famoso da África do Sul: contratando um tour com saída de Johannesburg, alugando um carro e dirigindo em torno de 4 horas ou pegando um vôo de apenas 40 minutos de Johannesburg Airport para Hoedspruit Airport. Fiz as contas de dinheiro e tempo e fui de avião pela South African Airlines.
Em Hoedspruit, retirei o carro alugado e fui em direção ao Manyeleti Game Reserve (Uma das reservas dentro do Kruger), onde ficava meu acampamento para os próximos 3 dias: Buffelshoek Tented Camp. No caminho você encontrará um dos vários portões de entrada do Kruger, nele eles fazem a revista do carro, te passam informações e te cobram uma entrada algo em torno de 100 Rands (R$30,00).
O Buffelshoek já tem incluído no valor da acomodação 2 game drives por dia, um no início da manhã e outro no final da tarde, os game drives são feitos em um Land Rover feito especialmente para Safari com o Louis, um guia que sabe tudo sobre a região e sobre os animais.
Como cheguei antes de 14h, consegui chegar a tempo para o meu primeiro Game Drive. Nele dei muita sorte e consegui ficar frente a frente com uma Cheetah. Um felino carnívoro e selvagem me encarando em seu habitat natural foi uma das sensações mais incríveis que já senti, uma adrenalina única.
DIA 3 – Safari
O dia começa bem cedo e saí antes do nascer do Sol, entre 6h e 6:30h para o primeiro Game Drive do dia. O guia achou alguns elefantes, girafas, leoas, kudus, impalas e outros animais. Com isso, vi o meu primeiro Big 5.
É feita uma pausa para tomar um café rápido de 15 minutos e é o único momento em que você é permitido desembarcar do carro no Safari, mas não é permitido se afastar.
Retornamos ao acampamento e a programação era basicamente comer, dormir e esperar até o próximo game drive, que começa no final da tarde.
Nesse game drive, conseguimos ver alguns Búfalos e com isso marquei meu segundo Big 5 na lista.
DIA 4 – Safari
A programação é a mesma do dia anterior, e nessa manhã o Sol abriu e foi um espetáculo incrível, o nascer do sol mais lindo que já vi até hoje. Aquela cena inicial de O Rei Leão retrata bem o que é o nascer do Sol na savana.
Nesse dia achamos mais alguns elefantes, girafas e muitos impalas. São tantos impalas por lá que eles são chamados de Mc Donald’s of the the bush, ou seja, o famoso lanchinho dos animais carnívoros.
No game drive da tarde, chegou uma notícia pelo rádio de comunicação do carro que um leopardo fêmea estava perambulando pela área. Fomos até lá e achamos ela já de noite, então a visualização não estava muito boa.
DIA 5 – Safari
Mais uma vez a mesma programação, saímos atrás dos animais, mas nessa manhã, tinha um grupo de leões jovens e fêmeas caçando gnus enquanto o macho coordenava a ação. Ficamos observando por alguns minutos até que recebemos a notícia no rádio de que tinha um Leopardo macho, não tão longe dali, o guia correu tanto para chegar lá a tempo, no meio do caminho um leão macho solitário estava andando na beira da pista. Paramos por alguns minutos e ele ficou me encarando enquanto tirava algumas fotos.
Chegamos então até o Leopardo, dessa vez um macho. Nunca vi um animal tão lindo em toda a minha vida. Parecia uma onça pintada e tivemos a oportunidade de ver ele tentando caçar alguns impalas.
Avistei então 4 dos Big 5. Falta só o Rinoceronte.
No game drive da tarde o Sol apareceu novamente e se o nascer do Sol era incrível, o pôr do Sol não deixou a desejar.
Durante o jantar, um Leão macho estava rondando o acampamento, rugindo e assim permaneceu a noite toda. Sensação única.
DIA 6 – Último dia de Safari + Vôo para Cape Town
Saímos cedo novamente e fomos atrás do Leopardo que foi visto novamente. Nesse dia eu só tinha o Game Drive da parte da manhã, a tarde estaria indo para Cape Town, então eu já tinha perdido as esperanças de ver o Rinoceronte, o último que faltava dos Big 5.
Enquanto seguíamos o Leopardo, o guia recebeu uma mensagem pelo rádio em algum idioma local e começou a correr muito, dirigiu por uns 20 minutos e quando estávamos chegando ao local perguntei se eram leões caçando ou algo parecido e ele me informou que era um Rinoceronte. 30 segundos depois, lá estava ele. O animal mais cobiçado entre os caçadores. Poucos sobraram devido o valor de seu chifre. Uma pena ter gente querendo matar um animal tão lindo assim.
Indo para Cape Town, devolvi o carro no aeroporto e peguei outro vôo da South African Airlines. O tempo de vôo é de 2 horas e cheguei em Cape Town por volta de 16h e fui direto pro Hostel. Fiquei hospedado no 91 Loop e recomendo. Fui então até o Waterfront pra conhecer a cidade.
DIA 7 – Dia movimentado rumo ao Face Adrenalin
Saí cedo novamente e fui até o Signal Hill, já que o teleférico da Table Mountain estava fechado por conta do vento. Do Signal Hill, você consegue ter uma vista em 360 graus da cidade, além de conseguir ver a Table Mountain, a Lions Head e a Robben Island. O acesso é super tranquilo se estiver de carro, tem estacionamento e se for cedo não encontra ninguém por lá. O melhor é que é de graça.
Saindo do Signal Hill, fui em direção ao Cabo da Boa Esperança, de Cape Town pra lá, dirigindo, demora em torno de 1:30h. A pista é muito boa e bonita e não tem pedágio. Um pouco antes de chegar lá, tem uma praia cheia de pinguins chamada Boulders Beach, tem que pagar 152 Rands para entrar e sinceramente eu achei que não vale a pena.
Para entrar no Cape Point e visitar o Cabo da Boa Esperança tem que pagar uma taxa de 303 Rands. Chegue cedo, quando estava indo embora, por volta de 11h, a fila de carros estava enorme.
Saindo do Cape Point em direção ao Face Adrenalin (Bungy Jump) tem uma cidade praiana chamada Muizemberg. Chegando na praia, você encontra aquelas famosas cabines coloridas que blogueiro adora tirar foto.
Dirigi por mais algumas horas até chegar ao Tsitsikamma Village Inn, onde passei a noite esperando o dia seguinte, que saltaria de Bungy Jump.
DIA 8 – Face Adrenalin e Cabo das Agulhas
Depois de ter saltado de Bungy Jump pela primeira vez na Nova Zelândia, a adrenalina vicia e fui saltar no maior Bungy Jump de ponte do mundo, o Face Adrenalin de 216 metros de altura.
Adrenalina renovada, começo minha viagem de volta para Cape Town e vi no mapa que dava para parar no Cabo das Agulhas, o ponto mais ao Sul do Continente Africano e o ponto que divide os oceanos Índico e Atlântico. Vale a visita e é de graça.
DIA 9 – Johannesburg e volta para ao Brasil
Entrei em um avião da Mango para Johannesburg e cheguei lá por volta de 12h, porém, meu vôo de volta para o Brasil só saía as 23h, o que da pra fazer em 12h em Johannesburg? Muita coisa.
Procurei no Google alguma empresa que fazia um tour pela cidade e mandei mensagem pra eles, em menos de 1 hora enviaram uma van para me buscar no aeroporto e me levaram para conhecer Soweto, não a famosa banda dos anos 90, mas o famoso bairro onde Nelson Mandela foi criado e onde começou a luta contra o Apartheid.
O passeio vale muito a pena até certo ponto, pelo viés histórico e cultural é super incrível, porém, em certo momento nos levam para testemunhar a pobreza do lugar. Me senti aqueles gringos que visitam as favelas do Rio de Janeiro que vê a pobreza alheia como um espetáculo. Vi cenas não muito diferentes das que encontramos nos subúrbios e interior do Brasil.
A África do Sul é muito parecida com o Brasil, em diversos aspectos e vai surpreender qualquer um que for pra lá. Vale e muito a visita.
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